O parto já é um momento tenso para qualquer gestante. Imagine, então, quando ele é realizado por um médico irritado e totalmente impaciente? Foi o que aconteceu com uma grávida na maternidade Balbina Mestrinho, em Manaus, no Amazonas. O vídeo, que viralizou nesta quarta-feira (20) nas redes sociais, mostra a mulher deitada na maca e o médico sentado na frente dela.
Primeiro, ela grita pedindo ajuda por causa de uma câimbra. Uma enfermeira corre. Uma mulher, parente da grávida, aparece no vídeo implorando para que ela seja levada para o centro cirúrgico. “To implorando, por favor! Leve ela, por favor”. Ela ameaça chamar a imprensa e o médico respondendo dizendo: “Pode chamar quem for”. Imediatamente ele levanta as duas mãos e bate na virilha da gestante. A paciente grita de dor e diz: “ele ‘malinou’ muito de mim, ele me bateu”.
As imagens, no entanto, foram gravadas há nove meses. Por meio de uma nota, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam) informa só tomou conhecimento do vídeo nas redes sociais e que “não há qualquer registro na maternidade ou na Ouvidoria sobre o fato”. A Susam diz também que não aprova a conduta do médico Armando Andrade Araújo, e, por isso, o vice-governador e secretário de estado de Saúde, Carlos Almeida, irá solicitar à direção do Instituto de Ginecologia e Obstetrícia do Amazonas (Igoam) o afastamento e reiterar pedido de providências ao Conselho Regional de Medicina (CRM).
Além disso, o governo também confirmou que já tramita na secretaria um processo administrativo para apurar outra denúncia de negligência contra o médico, mas não informou qual seria. Segundo o noticiário local, o médico já teria sido preso em 2015 acusado de integrar uma quadrilha que cobrava dinheiro para fazer partos em maternidades públicas de Manaus.
O Instituto de Ginecologia e Obstetrícia do Amazonas (Igoam) também se pronunciou sobre o caso. Por e-mail, disse que “abomina qualquer forma de violência contra a gestante” e que só tomou conhecimento do vídeo nesta terça-feira (19). Segundo Anderson Gonçalves, diretor-presidente do Igoem, “o sócio envolvido será encaminhado ao Conselho Disciplinar para apreciação do caso conforme previsto no Regimento Interno, resguardando o direito ao contraditório e ampla defesa”. O instituto termina dizendo que “reafirma o seu compromisso com os serviços prestados à sociedade, enfatizando que o fato ocorrido é de caráter individual e não reflete o trabalho coletivo realizado pelos demais sócios da empresa”.
A identidade da vítima e o desfecho em relação ao parto não foram divulgados pelo Governo do Estado.